12.05.2007

Na Saída Da Cidade - 11/02/06


Na saída da cidade a melancolia me atingiu
Um leve aperto no peito
Uma dor no coração
As coisas sempre tiveram caminhos diferentes.

E o meu é o infinito...




12.03.2007

Quero Ser, Não Ter - 23/3/2006

De tantos Montes Olimpo que ultrapassei
De tantos mares que enfrentei
De tantas pernas que desloquei
De tantas crises que enfrentei

Velei o sono do Mundo no meu piscar de olhos
Quando os abri nada tinha mudado
O mundo tinha repassado o seu texto
Mas não o tinha escrito novamente
Só então parei pra pensar que era um bobo
Um bobo sem sentido e sem moral

E não havendo mais saída para mim eu digo e repito
Onde estarás? Ó grande pai da Psicanálise que não vem dar uma boa olhada em mim!
Onde estás que não te encontro
Estaria no sinal?
Parado! Esperando o Verde?
Ou estaria na padaria tomando um belo café
Que não tem mais fim e nem sentido
Um café sem sentido?
Ora, isso não existe!

Sentei-me numa pedra pra pensar
Os pensamentos foram tão longes que pensei na rua da minha casa
Pensei em como as lombadas da rua são estranhas
Pensei em como tudo na vida tem um sentido que não faz diferença nenhuma
Pensei num monte de besteiras e dormi
No sonho pensei em tantas coisas e tantas cores, sabores, cidades, amores, felicidades, canções e famílias.
Queria ter uma pra mim
O que?
Família?
Não!
Cores!
Queria ter cores na minha vida
Assim como queria ter sabores na minha vida
E não esse gosto amargo que a infelicidade deixa na boca dos perdedores felizes
Não essa covardia espessa que nos leva através da noite
Não essa fantasia sem vestes que nos faz temer e ser temido
Não essa falsa moralidade que reveste os nossos corações e nos faz ver o mundo de forma errada e impune
Não a visão de águia cega
Não a visão do cavalo que puxa a carroça

Ser ou não ser nunca foi questão
Ser ou não ser nunca será a questão
Ser ou não ser será uma outra retaliação
Ser ou não ser nunca será uma idéia original
Idéias originais não existem
Nunca existiram!

Ter ou não ter, essa é uma questão de honra.
De honra e de méritos
Méritos nunca antes usados e castigados pela nossa falsa moralidade
Méritos que a terra há de comer um dia
Ou queimaremos em cinzas e jogaremos nos campos, nos mares, ou em qualquer parte.
Para nunca mais nos lembrarmos que não somos mortais
Que somos normais em nossos castelos de areia
Que somos quase irreais em nossos contos de fada patéticos
Que somos quem somos e que nunca poderemos mudar nada nem ninguém
Porque ainda tentam tanto mudar tudo?
Porque ainda tentam tanto?

Tenho medo que um dia não possa ser mais eu
Tenho medo de mudar
Tenho medo que me mudem
Tenho medo que não haja ninguém para me mudar
Tenho medo que não haja ninguém reservado pra me salvar
Tenho medo de temer o que temo
Tenho medo, sou covarde!

Mas porque nessas teorias da conspiração não podemos ser traidores?
Quero ser um traidor!
Quero ser vivo!
Quero viver e deixar que vivam!
Quero poder me expressar e o farei com paixão!

Quero ser, não ter!